Sem ajustes na Previdência, situação dos Estados é dramática, diz governador do PT.

Giro de Noticias - 15/07/2019 - 07:17


Enquanto parlamentares do PT, entre eles a deputada federal e presidente do partido, Gleisi Hoffmann, refutam a urgência de reformar a Previdência, governadores petistas tentam negociar em Brasília uma proposta que resolva o rombo bilionário nas contas dos Estados.

À frente da articulação, o governador do Piauí, Wellington Dias, tem ido quase toda a semana a Brasília para encontros com outros governadores, a equipe econômica do governo de Jair Bolsonaro (PSL) e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, David Alcolumbre (DEM-AP).

Em entrevista à BBC News Brasil no intervalo entre uma reunião e outra, Dias reconhece que, sem medidas para solucionar o déficit na Previdência, a situação do país e dos Estados é "dramática".

A posição contrasta com o discurso de Gleisi, que diz que a reforma tributária deveria vir antes e orienta o partido a rejeitar a "integralidade" da proposta de Bolsonaro.

"Na alegria ou na dor, vamos ter que adotar medidas (para equilibrar a Previdência). Nós já temos hoje algo como doze Estados em situação de desequilíbrio. Estou falando em não poder sustentar seu sistema de saúde, não poder viabilizar seu sistema de segurança", ressaltou Dias à reportagem.

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Os rombos dos Estados com a aposentadoria de seus servidores somaram R$ 77,8 bilhões em 2017, segundo levantamento que acaba de ser divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). A estimativa é que já tenha subido para cerca de R$ 86 bilhões ao ano, nota o petista.

No Piauí, o déficit esta na casa de R$ 1 bilhão, o que equivale a 9% da receita líquida do Estado e quase o dobro do orçamento previsto para a Polícia Militar (R$ 568 milhões em 2019). Por isso, ao tomar posse para seu quarto mandato de governador, o petista afirmou que "o equilíbrio financeiro e da Previdência são os maiores desafios" da sua gestão.

Hoje, parece difícil de acreditar, mas Dias afirma que alguns parlamentares do seu partido e de outras siglas de esquerda, como PCdoB, PDT e PSB, poderiam votar a favor de mudanças na Previdência se a proposta do governo passar por ajustes e vier atrelada a outras medidas de socorro aos Estados.

Equilíbrio distante

Sem base firme no Congresso, o governo Bolsonaro pode ter na articulação com os governadores um apoio importante para tentar reunir os votos necessários para mudar as regras da Previdência. O PT governa também na Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte - todos com as contas no vermelho.

Por enquanto, porém, o próprio Dias reconhece que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem resistido aos termos propostos pelos Estados. Junto a outros governadores, ele tenta convencer o governo e o Congresso Nacional a criar um fundo provisório de mais de R$ 1 trilhão para cobrir o rombo presente nas contas da Previdência da União e dos Estados.

O argumento é que a reforma da Previdência equilibrará o regime no futuro, mas não terá impacto imediato no rombo causado pelas aposentadorias já concedidas. Na estimativa de Dias, mesmo com a reforma, as contas da aposentadoria em seu Estado só devem se equilibrar entre 2028 e 2030.

Diante da resistência de Guedes e da desarticulação do governo Bolsonaro, governadores e Congresso negociam diretamente um acordo. Em fevereiro, por exemplo, Maia visitou Teresina para discutir com Dias o apoio da bancada do Piauí. Um novo encontro entre governadores e os presidentes do Senado e da Câmara está previsto para a próxima semana.

"Precisamos de um sistema de cobrança mais eficiente, um casamento entre as

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