Índia anuncia envio das 2 milhões de doses da vacina da Oxford/AstraZeneca para o Brasil

Giro de Noticias - 22/01/2021 - 15:43


Depois de um atraso de quase uma semana, a Índia anunciou o envio para o Brasil de 2 milhões de doses da vacina da Oxford, em parceria com a AstraZeneca. O lote chega nesta sexta-feira (22/01).

O avião com as vacinas saiu na noite desta quinta do aeroporto de Mumbai, na Índia. O Instituto Serum, que fabricou o imunizante, é que está cuidando desse transporte, como estava previsto desde o início das negociações com a Fiocruz.

Na quinta passada (14), o governo brasileiro tentou buscar, por conta própria, as vacinas. Chegou a preparar um avião que nunca decolou. A Índia, por sua vez, estava começando a campanha de vacinação por lá e não teria condições de atender o Brasil naquele momento. O país ficou para depois.

Na terça (19), o governo indiano anunciou o fornecimento de vacinas subsidiadas para seis países vizinhos: Butão, Maldivas, Bangladesh, Nepal, Mianmar e Seicheles. Nesta quinta-feira (21), finalmente, liberaram a exportação para o Brasil e para o Marrocos.

O voo da Emirates chega a Guarulhos na tarde desta sexta, segundo o Ministério da Saúde. O carregamento seguirá, em um voo da Azul para o Galeão, no Rio, e, de lá, será levado para a Fiocruz, que informou que vai trabalhar durante a madrugada e a vacina poderá começar a ser distribuída já no sábado.

Antes do anúncio na Índia, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, falou sobre outro ponto importante para a campanha de vacinação: a entrega, pela China, de matéria-prima para a produção dos imunizantes, tanto pelo Butantan quanto pela Fiocruz. Foi no lançamento de um curso de capacitação para profissionais de saúde.

Pazuello disse que conversou duas vezes, nesta quarta (20), com o embaixador da China no Brasil e que não há problema político ou diplomático para trazer o IFA, ingrediente farmacêutico ativo, e negou que haja atraso.

“No contrato de entrega desse IFA para o Butantan, a primeira, a próxima previsão de entrega é para o dia 10 de fevereiro. Tenta se antecipar. Não está atrasado, no caso do Butantan. E, no caso da Fiocruz, a previsão é até 31 de janeiro. Ainda não está atrasado, mas nós estamos nos antecipando ao problema. Tem que ficar claro isso, porque eu não posso acionar ainda, contratualmente, a empresa que nós fizemos a encomenda da tecnologia. Eu só posso acioná-la, e acionarei, no primeiro dia de atraso, que é após o final de janeiro”, explicou.

A assessoria do Butantan disse que o prazo de 10 de fevereiro a que se referiu Pazzuelo não é para entrega do IFA ao instituto. Mas, sim, para entrega ao ministério de 4,8 milhões de doses da vacina. Sobre o insumo, o diretor do Butantan disse que há atraso sim.

“Quem tem que saber se está atrasado ou não somos nós aqui do Butantan. Quer dizer, a remessa está prevista para chegar com 11 mil litros no dia 6 de janeiro. Essa remessa não chegou por procedimentos lá das autoridades chinesas, que pediram para fazer uma reprogramação. Foi feita então uma reprogramação dividindo esses 11 mil em dois lotes, e o primeiro lote de 5.400 litros é o que nós aguardamos neste momento autorização para embarque. Então, estamos atrasados, sim, desde 6 de janeiro, e dependemos da chegada desses 5.400 litros para iniciar a fase da produção que, neste momento, daria origem a 8 milhões de doses. Então, aguardamos a liberação o mais rápido possível desse material, dessa matéria-prima, que está pronta lá na China, aguardando simplesmente essa autorização de embarque para o Brasil”, disse Dimas Covas.

Pelo contrato, o Butantan tem que entregar ao Ministério da Saúde 2,7 milhões de doses até o fim de janeiro, mais 9,3 milhões de doses até o fim de fevereiro, em um cronograma que vai até abril, totalizando 46 milhões de doses.

O diretor do Butantan disse que precisa do insumo até o dia 29 de janeiro. “Se nós recebermos essa partida de matéria-prima até o final deste mês, não teremos nenhum impacto no cronograma de entrega de vacinas ao ministério. Possivelmente, vamos ter que atrasar também esse cronograma se não chegarem esses insumos até o fim deste mês”, afirmou Dimas Covas.

Cada dia de atraso nas importações compromete o calendário da imunização no país. Até que o insumo chegue, fica tudo em compasso de espera no Butantan e na Fiocruz. Quando os laboratórios estiverem com o IFA na mão, ainda levam duas a três semanas para finalizar a produção das vacinas. É tempo que custa caro nesta batalha contra a Covid-19.

Já o cronograma inicial da Fiocruz era liberar os primeiros lotes da vacina entre 8 e 12 de fevereiro, mas, sem os insumos, pode sofrer atraso. O contrato com o Ministério da Saúde prevê a entrega de 50 milhões de doses até abril, chegando a 210 milhões até o fim de 2021.

O vice-presidente da fundação, Marco Krieger, diz que a parte técnica para liberar o IFA da China está resolvida: “Não existe mais nenhuma pendência técnica. Agora é a questão da liberação da exportação, que tem que passar por alguns trâmites. A China está produzindo muitas vacinas para o mundo, eles criaram um escritório específico para que essa ação seja feita de uma maneira muito coordenada, que tenha muito cuidado também, até porque é um tema delicado.

Teve esse impacto de jogar nosso cronograma - neste momento, ele já está jogando 15 dias para a frente do que a gente tinha buscado, antecipado a entrega -, mas a gente espera que seja resolvido muito rapidamente. Estamos aí trabalhando para isso e em todas as frentes”.

A Anvisa afirmou que, na tarde desta sexta-feira (22), a diretoria colegiada terá uma reunião extraordinária para avaliar o segundo pedido de uso emergencial da CoronaVac, do Instituto Butantan. Esse pedido se refere a um lote já produzido de 4,8 milhões doses.

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