O soldado Wesley Soares integrante da 72ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), de Itacaré, no sul da Bahia, surtou na manhã deste domingo 28/03 e saiu de carro sentido salvador e chegou à capital baiana ainda pela manhã deste domingo.
O policial militar Wesley Soares, bloqueou a frente do Farol da Barra e efetuou disparos para a cima, na tarde deste domingo (28), ele foi baleado por policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) no início da noite. Ele foi atingindo por três disparos e socorrido para Hospital Geral do Estado (HGE) após e teve a morte confirmada às 22h41.
A morte do soldado Wesley Soares, tragicamente abatido por colegas, neste domingo, 28, no Farol da Barra, na capital baiana, revoltou a corporação em todo o estado. Um grande grupo de polícias se mobilizou e saíram em caminhada gritando palavras de ordem, contra o Governo Rui Costa e o Comandante Geral da Polícia Militar da Bahia, o chamado de criminosos.
O soldado com o rosto pintado de verde e amarelo, antes de invadir o gramado em frente ao Farol da Barra com uma Renault Duster marrom, há via efetuado disparos de fuzil na Avenida Centenário, próximo ao 5º Centro de Saúde Clementino Fraga, quando iniciou a perseguição na Avenida Sete de Setembro e encerrou apenas no ponto turístico de Salvador,relataram testemunhas.
A perseguição policial teve início no local até chegar ao Farol da Barra, por volta das 14h. Lá, Wesley desceu do próprio carro com um fuzil à mão. Pouco depois, começou a efetuar os disparos. Não há registro de outros feridos.
A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP) se manifestou e disse que às 18h35, o soldado afirmou que “havia chegado o momento, fez uma contagem regressiva e iniciou disparos contra as equipes do Bope”. O sindicato dos policias contesta essa versão e diz que os tiros foram para alto e afirma que o soldado não oferecia riscos, e fala em execução. O PM foi atingido em pelo menos três regiões do corpo, incluído tórax e abdômen.
O comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), major Clédson Conceição, afirmou que os policiais buscaram utilizar técnicas de negociação e impedir um confronto, mas que Wesley “atacou as equipes”. “Além de colocar em risco os militares, estávamos em uma área residencial, expondo também os moradores", justificou. Conceição disse que tentaram fazer com que Wesley se entregasse, mas que “essa negociação alternava em picos de lucidez com loucura. Ele não falava coisas com sentido, estava bastante transtornado”.
“O negociador, Capitão Luiz Henrique, disse que os policiais, foram ameaçados e então, dispararam dez vezes contra Wesley. “No momento que caiu ao chão ele iniciou uma série de disparos contra os policiais, que novamente tiveram a necessidade de realizar disparos, e, quando ele cessou a agressão, os policiais chegaram perto para utilizar o resgate”, declarou Capitão Luiz Henrique”,
De acordo com a Polícia Militar (PM), o militar demonstrava "descontrole emocional". Um especialista em gerenciamento de crise do Bope também esteve no local, para tentar uma negociação. Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), ele teve um “surto psicológico”.
Ao chegar ao Farol, ele pintou o rosto de verde e amarelo, entoou palavras de ordem e disparou dezenas de vezes. No fim da tarde, ele chegou a empurrar viaturas da polícia para longe dele - uma delas quase bateu contra um muro.
O fato ganhou repercussão no País e internacionalmente, talvez com poucas linhas na imprensa da capital, que mesmo recebendo ameaças e tiros de fuzil para o alto, se acovarda. A morte do soldado Wesley, será um marco, o início de muitas mudanças. Os repórteres e cinegrafistas que estavam no local foram ameaçados por policiais, após Wesley ser baleado. Eles disparam para cima, para dispersar a imprensa - o momento foi capturado num vídeo. A PM não se manifestou a respeito até o fechamento da reportagem.
Moradores do bairro acompanharam a ação e divulgaram vídeos da chegada do PM Wesley até ele ser baleado e socorrido pelo SAMU até o HGE.