Índio da Aldeia Boca da Mata, no entorno do Parque Nacional Monte Pascoal, no Sul da Bahia, Renilton Pinheiro, procurou a reportagem do Giro para fazer graves denúncias; Veja o vídeo.

Giro de Noticias - 17/03/2023 - 15:32


Renilton Pinheiro, índio da Aldeia Boca da Mata, da Etnia Pataxó, no entorno do Parque Nacional Monte Pascoal, no Sul da Bahia, onde o mesmo reside desde que nasceu a 54 anos, falou com a reportagem do Site Giro de Notícias e esclareceu fatos e fez graves denúncias contra pessoas das próprias aldeias por um estupro coletivo contra sua nora e a morte de seu filho meses depois.

Em alguns momentos da reportagem o índio chorou ao falar sobre o brutal assassinato de seu filho e o estupro coletivo de sua nora que era esposa da vítima e pede por justiça.

A reportagem foi procurada pelo indígena, na segunda-feira 13/03, para denunciar os ocorridos dentro das aldeias Boca da Mata e Cassiana, ele estava na companhia de sua nora que foi estuprada dentro de uma aldeia e os acusados continuam soltos.

Por questões de segurança e a não exposição da vítima, das inicias D.R. C, de 25 anos, a imagem dela não será inserida na matéria. Emocionada ela contou que seis indivíduos invadiram a casa dela aonde estava com seu marido e obrigaram que ela mantivesse relação sexual com pelo menos três dos seis indivíduos, segundo o relato na polícia, ela conta ainda que os acusados ofereceram cigarros e bebida para ela.

Sobre o assassinato de seu filho, Renilton Pinheiro, fez questão de dar detalhes do fato desde que seu filho saiu de sua casa para ir a uma mercearia e não voltou mais. 

De acordo com Renilton, seu filho, Carlone Gonçalves da Silva,26 anos, desapareceu no dia 21 de setembro, quando saiu com um amigo para ir na mercearia comprar carne e ao voltar ele foi seguido por homens de motos que pegaram ele e levaram para uma estrada de terra no meio da mata na Aldeia Cassiana e executaram a vítima.

Ele conta ainda que desde a data do desaparecimento, familiares e amigos passaram a procurar Carlone o desaparecimento chegou a ser registrado na delegacia de polícia civil de Arraial D’ajuda.

O corpo de Carlone Gonçalves da Silva, foi encontrado por um grupo de pessoas que faziam coletas de sementes de arvoes nativas para plantio, na quinta-feira 13 de outubro de 2022, ou seja, 22 dias depois do desaparecimento. 

Desde a data do brutal ao assassinato, o pai da vítima, começou por conta própria a fazer uma investigação de quem teria matado seu filho e descobriu que seu filho foi morto por um grupo de pelo menos 6 pessoas indígenas e moradores nas próprias aldeias.

Renilton conta ainda, por se tratar que a região vive um conflito agrário, indígenas chegaram a dizer que a morte de, Carlone Gonçalves da Silva, tinha relação com as invasões terras e que ele teria sido morto por pistoleiros de fazendeiros. As acusações foram desmentidas pelo próprio pai da vítima, que chegou a denunciar os acusados para a polícia e mostrou nomes dos acusados, por questão da investigação em curso não serão exposto na matéria.

Renilton contou ainda, que os acusados são índios e moram em aldeias na mesma região. Ele reclama da morosidade das autoridades e pede respostas urgente e punição dos culpados.

Ele também reclama do Cacique da Aldeia Boca da Mata, Renato Farias do Nascimento, e quer que ele seja incluído no inquérito não como acusado, mas por omissão dos fatos, segundo Renilton, no dia em que o corpo de seu filho foi encontrado, as pessoas que acharam foram até Renato e contaram o que tinha visto, “ele disse que ficassem quietos e deixem isso prá-la, foi ai que o pai da vítima ficou ainda mais revoltado e passou desconfiar do Cacique”.

Em relação ao estupro coletivo contra sua nora, tanto ele quanto a vítima contou a reportagem que conhece os acusados e que eles continuam na região das aldeias. O estupro ocorrido em 16/01/2022, foi denunciado na data na delegacia de polícia civil de Eunápolis e na delegacia da mulher em Porto Seguro, mas até o presente momento os acusados continuam soltos.

Ela fez exame de corpo delito a pedido da polícia e segundo ela, o exame foi entregue nas delegacias pelo próprio Instituto Médico Legal. Em contato com a polícia, a reportagem foi informada que as investigações estão em curso e não poderia divulgar para não atrapalhar as investigações.

Renilton ainda contou que desde que começou as ocupações de terras na região, a criminalidade também aumentou, são furtos, roubos e mortes, coisas que não vinha acontecendo na região com tanta frequência.   

Perguntado sobre as ocupações das terras por índios e supostas índios ele se diz preocupado e acha que é desnecessário a maneira que vem sendo feita as ocupações, ele acha que deveria aguardar as decisões das autoridades do estado e da federação. 

Ele ainda disse, que depois das ocupações das terras na região a vida deles piorou e muito. O índio também classificou as invasões que eles chamam de retomadas em terras de produtores de absurdas e contou também que tem muita gente desconhecidas se intrometendo nas aldeias.

Ele acusa a Ong denominada Conafé por alguns problemas que vem, ocorrendo na Aldeia, segundo ele, esta Ong está trazendo problemas para os indígenas e tem gente se aproveitando disso, ele conta que isso nunca aconteceu, “sou nativo da Aldeia, nasci ali e isso nunca aconteceu nas nossas aldeias e pede que as autoridades federal e estadual tomem partido da situação e expulse esta gente de lá”.

O Indígena Pataxó desmente o Cacique Arruam de Cabrália por ter divulgado um vídeo dizendo que o seu filho teria sido morto por pistoleiro, “ele não sabe o que está dizendo” e volta acusar o Cacique Renato de estar inventando notícias mentirosas.

Não é a primeira vez que o Cacique Renato e acusado por indígenas de omissão, no dia que mataram dois jovens indigenas na BR-101, Perto de São João do Monte, “Montinho” povoado de Itabela, a mãe de uma das vítimas gravou um áudio criticando o Cacique Renato.

Renilton quer que a polícia faça a conclusão do inquérito o mais rápido possível e pede por justiça. Ele disse estar preocupado que os acusados fujam para longe

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