Um indígena da Etnia Pataxó, Renilton Pinheiro, da Aldeia Boca da Mata, que fica no entorno do Parque Nacional Monte Pascoal, no Sul da Bahia, aonde o mesmo reside desde que nasceu a 54 anos, falou com a reportagem do Site Giro de Notícias na manhã desta quarta-feira, 21/09, sobre a morte do filho, Carlone Gonçalves da Silva, 26 anos, morto no 21 de setembro de 2022.
Renilton Pinheiro reclama da morosidade da Justiça em relação a prisão dos acusados já identificados e que segundo ele, são da Aldeia Cassiana e que faz extrema com a aldeia Boca da Mata. Ainda segundo ele, os acusados circulam livremente pela região e inclusive passam constantemente em frene sua casa na aldeia Boca da Mata.
Nesta quarta-feira, fazendo um ano que o jovem foi assassinado, os pais gravaram vídeos cobrando por justiça. Eles alegam que já existem até mandado de prisão, mas não é cumprindo e os acusados continuam soltos e ainda fazem ameaças a eles.
Em março de 2023, Renilton Pinheiro falou com reportagem do giro de notícias e contou com detalhes sobre a morte de seu filho. Durante a entrevista, ele fez graves acusações contra um Cacique da Aldeia Boca da Mata, Renato Farias do Nascimento e o acusou de omissão.
Renilton Pinheiro ainda falou sobre um estupro coletivo dentro da aldeia com uma nora dele, esposa de seu filho e que foi brutalmente assassinado e disse ainda, que o Cacique nada fez para ajudar a desvendar a morte do filho e sobre o estupro da nora
A vítima do estupro, das iniciais, D.R. C, de 25 anos, que ouvida na delegacia da mulher em Porto Seguro, contou a reportem que foi estuprada por seis indivíduos que invadiram a casa dela e obrigaram que ela mantivesse relação sexual com pelo menos três dos seis indivíduos, ainda segundo o relato da vítima, os acusados ofereceram cigarro e bebida para ela. A vítima contou também, que reconheceu alguns dos acusados e todos são indignas e quase todos são da mesma aldeia.
De acordo com Renilton, seu filho, Carlone Gonçalves da Silva, desapareceu no dia 21 de setembro de 2022, quando saiu com um amigo para ir na mercearia comprar carne e ao voltar ele foi seguido por homens de motos que pegaram ele e levaram para uma estrada de terra no meio de uma mata fechada que fica na Aldeia Cassiana e executaram ele e ainda ocultaram o corpo que só foi contado 22 dias depois.
Ele conta ainda, desde a data do desaparecimento, familiares e amigos passaram a procurar Carlone. O desaparecimento do jovem chegou a ser registrado na delegacia de polícia civil de Arraial D’ajuda.
O corpo de Carlone Gonçalves da Silva, foi encontrado por um grupo de pessoas que faziam coletas de sementes de arvoes nativas para plantio, na quinta-feira 13 de outubro de 2022, ou seja, 22 dias depois do desaparecimento.
Desde a data do brutal ao assassinato, o pai da vítima, começou por conta própria a fazer uma investigação de quem teria matado seu filho e descobriu que seu filho foi morto por um grupo de pelo menos 6 pessoas indígenas e moradores nas próprias aldeias.
Renilton conta ainda, por se tratar que a região vive um conflito agrário, indígenas chegaram a dizer que a morte de Carlone Gonçalves da Silva, tinha relação com as invasões terras e que ele teria sido morto por pistoleiros de fazendeiros. As acusações foram desmentidas pelo próprio pai da vítima, que chegou a denunciar os acusados para a polícia e mostrou nomes dos acusados, por questão da investigação em curso os nomes não foram divulgados.
Renilton contou repetidas vezes, que os acusados são índios e moram em aldeias na mesma região. Ele reclama da morosidade das autoridades e pede respostas urgente e punição dos culpados.
Ele reclamou do Cacique da Aldeia Boca da Mata, Renato Farias do Nascimento e quer que ele seja incluído no inquérito não como acusado, mas por omissão dos fatos, segundo Renilton, no dia em que o corpo de seu filho foi encontrado, as pessoas que acharam foram até Renato e contaram o que tinha visto, “ele disse que ficassem quietos e deixem isso prá-la, foi ai que o pai da vítima ficou ainda mais revoltado e passou desconfiar do Cacique”.
Em relação ao estupro coletivo contra sua nora, tanto ele quanto a vítima contou a reportagem que conhece os acusados e que eles continuam na região das aldeias. O estupro ocorrido em 16/01/2022, foi denunciado na data na delegacia de polícia civil de Eunápolis e na delegacia da mulher em Porto Seguro, mas até o presente momento os acusados continuam soltos.
Ela fez exame de corpo delito a pedido da polícia e segundo ela, o exame foi entregue nas delegacias pelo próprio Instituto Médico Legal. Em contato com a polícia, a reportagem foi informada que as investigações estão em curso e não poderia divulgar para não atrapalhar as investigações.
Renilton ainda contou que desde que começou as ocupações de terras na região, a criminalidade também aumentou, são furtos, roubos e mortes, coisas que não vinha acontecendo na região com tanta frequência.
Perguntado sobre as ocupações das terras por índios e supostas índios, ele se diz preocupado e acha que é desnecessário a maneira que vem sendo feita as ocupações, ele acha que deveria aguardar as decisões das autoridades do estado e da federação.
Ele ainda disse, que depois das ocupações das terras na região a situação de vivencia deles pioraram e muito. O índio também classificou as invasões que eles chamam de retomadas em terras de produtores de absurdas e contou também, que tem muita gente desconhecidas se intrometendo nas aldeias.
Renilton quer que a polícia faça a conclusão do inquérito o mais rápido possível e pede por justiça. Ele disse estar preocupado que os acusados fujam para longe e teme pela própria vi