O Ministério Público da Bahia (MP-BA) informou que, na segunda-feira (12), instaurou procedimento para acompanhar as investigações sobre a ação policial que resultou na morte de Victor Cerqueira Santos Santana, em Caraíva, distrito de Porto Seguro, no sul do estado, no último sábado (10).
Ele foi baleado em meio a uma operação, que envolveu as polícias Militar e Federal e tinha como objetivo cumprir o mandado de prisão contra um homem conhecido como Alongado, que era chefe de uma facção criminosa do distrito de Porto Seguro. Alongado resistiu à prisão, foi baleado e morreu.
O guia de turismo, conhecido na região como Vitinho, foi apontado pela Polícia como "segurança" do chefe da facção. Na primeira nota enviada, a SSP-BA afirmou que ele também foi baleado e morreu em via pública.
A família e amigos contestaram a informação e disseram que Victor Cerqueira Santos Santana foi preso, torturado e morto inocente. Família afirma ainda, que guia de turismo morto em Caraíva foi preso inocente e morto em outro local.
Existem uma suspeita que a vítima foi confundida com suspeito de tráfico que tinha mesmo apelido. Realmente os dois tinham o mesmo apelido, “vitinho”, mas Victor era negro e o outro individuo era de cor clara.
O homem que tem o mesmo apelido da vítima é de fato investigado por tráfico de drogas na região ´é João Vitor, este é procurado pela polícia. Mas os dois tem características bem diferente, começando pela cor, o indivíduo procurado tem pela clara e a vítima tinha a cor negra. Este homem continua em liberdade.
A PF e a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) foram questionadas sobre a possível confusão em relação aos nomes. A SSP-BA enviou uma nota, mas não respondeu o questionamento e disse que a ocorrência é investigada pela Polícia Civil e pela Corregedoria da Polícia Militar, como determina o procedimento em casos de morte em confronto com agentes do estado. A Polícia Federal não respondeu o questionamento até a publicação desta reportagem.
Ainda segundo os familiares, há indícios de ocultação de provas, porque, segundo eles, pouco antes da operação, as câmeras da travessia do rio Caraíva teriam sido desligadas e agentes teriam apreendido imagens das câmeras dos estabelecimentos comerciais da região.
A família de Victor Cerqueira pediu uma "investigação imediata, transparente e independente, com a responsabilização rigorosa de todos os envolvidos".
Eles também contestam a versão da secretaria, que indicava que o guia teria morrido em via pública. Conforme consta na certidão de óbito, além de baleado, Victor Cerqueira sofreu politraumatismo e hemorragia.
"O meu filho não foi morto em Caraíva, ele foi algemado e saiu algemado na frente de outras pessoas. Só foi chegar em Porto Seguro 3h da manhã, morto, com sinais de tortura. Pegou um menino inocente".
Fonte do G1/BA