O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será condenado por juízes que não poderiam julgá-lo e será preso por crimes que não cometeu, afirmou o comentarista Caio Coppolla no programa O Grande Debate desta segunda-feira (24).
“Uma justiça aparelhada por ‘amigos e companheiros’ de Lula, na qual os juízes se sentem à vontade para julgar amigos e inimigos, inclusive em processos nos quais eles próprios, os julgadores, figuram como vítimas. Uma justiça que censura seus adversários políticos, que prende manifestantes pacíficos sem julgamento, que tira redes sociais do ar e que atua politicamente para impedir a vitória eleitoral dos seus desafetos”, opinou.
A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente e outras sete pessoas por tentativa de golpe de Estado foi analisada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) na terça-feira e quarta-feira quando votaram unanimemente para que Bolsonaro e mais sete virassem réu.
“Percebam que, quanto mais o STF avança na sua farsa sobre o golpe, maior a popularidade de Bolsonaro e menor o prestígio do Tribunal. Quanto mais ele é atacado injustamente pelo Supremo, mais ele se fortalece eleitoralmente perante o povo. Ao invés de suspeito, Jair Bolsonaro é visto como inocente. Ao invés de agressor, Jair Bolsonaro é visto como vítima. Ao invés de réu, Jair Bolsonaro é visto como perseguido. Ao invés de condenado pela Justiça, Jair Bolsonaro será injustiçado pelo STF. Assim que for proferida a sua sentença e a sua ordem de prisão for decretada, ele se tornará um mártir da liberdade, condenado por um verdadeiro tribunal de exceção”, disse Coppolla.
“Mesmo antes da denúncia ser recebida pelo Tribunal e do projeto da Anistia ser votado no Congresso, os ministros estão escancarando seu voto, pressionando os parlamentares e se articulando entre si para violar as prerrogativas dos outros Poderes. É muita injustiça e isso, sem dúvida, fortalece o injustiçado, seja espiritualmente, seja eleitoralmente”, concluiu.
O julgamento que já é considerado suspeito ficou ainda pior no momento em que o Ministro Cristiano Zanin em sua fala chamou a atenção no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus principais aliados, nesta terça-feira, 25. Cristiano Zanin se enganou e chamou de 'réus' Bolsonaro e outros sete denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
A situação aconteceu quando Zanin dava detalhes do rito do julgamento, que analisa a denúncia da PGR no inquérito do golpe. Ao perceber o equívoco, o magistrado pediu desculpas e usou o termo 'denunciados' para se referir aos investigados.