Polícia Federal prende três suspeitos de mandar matar Marielle Franco.

Giro de Noticias - 25/03/2024 - 07:51


A Polícia Federal prendeu na manhã deste domingo (24) os suspeitos de serem os mandantes do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco. No atentado, em março de 2018, morreu também o motorista da vereadora, Anderson Gomes.

Os irmãos Chiquinho Brazão, deputado federal pelo União Brasil, e Domingos Brazão, conselheiro do TCE-RJ, além de Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do RJ, foram presos na capital fluminense nesta manhã. A operação foi deflagrada no domingo (24) porque os suspeitos apresentavam risco de fuga. Por volta das 16h.

Os três são apontados como autores dos homicídios de Marielle e Gomes, segundo relatório da PF cujo sigilo foi retirado nesta tarde pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. Chiquinho e Domingos Brazão foram presos por suspeita de serem os mentores intelectuais do atentado. Já Rivaldo foi detido por ter ajudado no planejamento do crime.

Além dos três mandados de prisão, 12 de busca e apreensão são cumpridos — todos na cidade do Rio de Janeiro. A investigação confirmou buscas contra o ex-titular da Delegacia de Homicídios Giniton Lages, além de Marcos Antônio de Barros Pinto e Erika de Andrade de Almeida Araújo, mulher do delegado Rivaldo Barbosa. A PF não revelou o grau de envolvimento deles.

A defesa de Domingos nega envolvimento do conselheiro do TCE no crime. "Ele não tem ligação com a Marielle politicamente, não a conhecia", disse o advogado Ubiratan Guedes. O advogado afirmou que Domingos passou pela audiência de custódia, que manteve a prisão. "Está chateado, revoltado, mas com esperança e confiança Justiça", afirmou o advogado.

Chiquinho também nega. Por meio de sua assessoria de imprensa, o deputado disse que foi "surpreendido" com a determinação do STF. "Desde o primeiro momento sempre se colocou formalmente à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos que entendessem necessários", afirmou a assessoria. O deputado federal disse que não há "qualquer motivação que possa lhe vincular ao caso e nega qualquer envolvimento com os personagens citados".

A defesa do delegado Rivaldo disse que ainda não teve acesso aos autos nem à decisão que decretou a prisão. Portanto, não vai se manifestar.

Delação de Ronnie Lessa, acusado de ser o executor do crime, apontou Chiquinho como mentor. A citação motivou a mudança do caso do Superior Tribunal de Justiça para o Supremo Tribunal Federal

Chiquinho negou envolvimento após ser apontado por Lessa. Após a delação do ex-PM, ele afirmou que "tinha a mesma posição política que Marielle". Ele também questionou a delação afirmando que era o "relato de um criminoso".

Domingos, por sua vez, disse que não lembrava quem era Marielle. "Não conhecia e não me lembro da vereadora, nem como assessora do Freixo", informou.

A ministra Anielle Franco afirmou que a operação "é mais um grande passo" para chegar as respostas do caso. "Só Deus sabe o quanto sonhamos com esse dia", escreveu a irmã de Marielle.

Marielle tinha relação de confiança com Rivaldo, informou mãe. Segundo ela, o ex-chefe da polícia preso hoje disse que a resolução do assassinato era uma "questão de honra" para ele.

A prisão de Rivaldo foi uma surpresa para as famílias de Marielle e de Anderson. "É um tapa na cara, é pisotear ainda mais, você saber que está envolvido e olhar no nosso olho e fazer promessas", disse Agatha Arnaus, viúva do motorista.

Monica Benício, viúva de Marielle, afirmou que Rivaldo foi a primeira autoridade a receber as famílias após o crime. "[Ele falou] que seria uma prioridade da Polícia Civil a elucidação desse caso e hoje saber que o homem do qual nos abraçou, prestou solidariedade, tem envolvimento", disse a viúva.

Político carioca, Domingos Inácio Brazão, 59, foi assessor na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Depois, vereador, entre 1997 e 1999, pelos partidos PT do B (atual Avante) e PL… -

Foi eleito deputado estadual em 1999 e ocupou o cargo até 2015. Posteriormente, virou conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ). O órgão é auxiliar do Poder Legislativo e tem como função fiscalizar a movimentação financeira do estado.

Uma reportagem do UOL, em 2019, contava que ele era chefe de um clã cujo reduto eleitoral abrangia bairros da zona oeste do Rio dominados por milícias. Domingos nasceu na região, no bairro de Jacarepaguá.

Já Chiquinho Brazão (União-RJ) foi eleito pela primeira vez em 2018. É deputado federal e tem uma atuação parlamentar discreta. Relatou somente oito projetos. O setor mais presente na atuação parlamentar de Chiquinho é economia. Há três projetos relativos ao tema que estão sob relatoria do deputado

Rivaldo Barbosa também foi citado na delação de Lessa. Ele tornou-se chefe da polícia um dia antes da morte de Marielle. Ele foi anunciado para o cargo em 22 de fevereiro, durante intervenção federal no Rio, e empossado em 13 de março de 2018.

Suspeito de receber propina para obstruir investigações. Em relatório enviado ao Ministério Público em 2019, a Polícia Federal apontou Rivaldo como suspeito de receber R$ 400 mil para evitar o avanço das investigações sobre autoria. Na ocasião, ele negou o recebimento de propina e a obstrução do caso

A homologação da delação de Ronnie Lessa foi anunciada pelo Ministério da Justiça. O ministro Ricardo Lewandowski afirmou que não teve acesso ao conteúdo e que o caso tramita em segredo de Justiça.

Processo está nas mãos de Alexandre de Moraes. Lewandowski afirmou que resultados sobre o que foi apurado devem ser divulgados "muito em breve"

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