PORTO SEGURO - Índios pataxós da aldeia Barra Velha em Porto Seguro receberam na manhã desta terça-feira (20) a equipe de reportagem do JN no Ar da Rede Globo de Televisão. O repórter José Raimundo esteve na aldeia para ouvir os relatos dos indígenas que querem urgência na ampliação da área indígena para 52,7 mil hectares.
Os índios cobram as duas portarias constituídas no ano de 2005 por um grupo de trabalho que elaborou um relatório de revisão sobre o tamanho da Terra Indígena (TI), Barra Velha, localizada no extremo sul da Bahia, devido uma reivindicação de ampliação. Este relatório, que está em fase de análise, foi publicado em fevereiro no Diário Oficial da União e, em junho, no Diário Oficial da Bahia.
O cacique Romildo Ferreira, da aldeia Barra Velha, justificou as necessidades de ampliação da área: “nossa terra está cada vez menor, hoje somos mais de seis mil índios e possuímos uma área de 8.660 (oito mil, seiscentos e sessenta) hectares, pior é que mais de 70% da nossa terra é de área de alagamento e mussurunga. É preciso que o governo entenda que temos que aumentar a nossa produtividade agrícola e pecuária, para isso é preciso ampliar a nossa área”.
Uma decisão do Governo, favorável ao aumento da TI, obrigaria a retirada de 850 famílias de produtores rurais da região, responsáveis pela produção anual de 25 mil arrobas de cacau, 16 mil sacas de café e 25 mil toneladas de frutas. Esta área também abrange um rebanho bovino de 22 mil cabeças.
Os municípios de Porto Seguro, Itabela, Itamaraju e Prado, localizados na área indígena e que têm na atividade agropecuária a principal fonte de renda, seriam os mais afetados.
A reportagem do Site Giro de Notícias acompanhou o repórter José Raimundo do JN no Ar nesta terça-feira (20) na aldeia Barra Velha e ouviu representantes da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e integrantes de movimentos indígenas. A aldeia Barra Velha dispõe de posto de saúde, escola e consultório dentário. Mais de seis mil índios vivem em todo o território da aldeia.