O pai de uma bebê recém-nascida e que morreu 72horas após o parto Carleon Silva Soares, denuncia descaso na saúde pública de Itabela. Ele alega que a morte de uma das duas crianças que a esposa estava esperando, no ultimo dia 27 de dezembro, foi ocasionada por descaso por parte da saúde pública.
Ele acusa o chefe do sistema de marcação de exames do município de Itabela de ter sido irresponsável na regulação da vaga indisponível para a consulta da paciente que tinha um pedido de urgência.O pai critica ainda, o fato do chefe da regulação ter entregue um pedaço de papel agendando a cesariana da esposa para dia 27 de dezembro no Hospital de Itabela, quando o médico já estaria de recesso.
Carleon contou a reportagem que sua esposa Geovania de Araújo Santos, 19 anos, gravida de gêmeos, passou a ter uma gravidez de risco devido à falta de espaço para os bebes. O fato foi constatado pelo médico Dr. Orlando, que realizou a última Ultrassom na paciente no dia 13 de dezembro de 2018.
Após a ultrassom, a dona de casa Geovania de Araújo Santos, teria necessidade com urgência de passar por um profissional obstetra. O casal procurou a policlínica municipal de Itabela no dia 13 de dezembro e relata não ter sido atendidos pelo médico obstetra, Dr Mário, pelo fato de o chefe da unidade do sistema de marcação de exames Sr. Gutemberg Pellegrini Nascimento, alegar que não teria vaga disponível e remarcou para dia 20 de dezembro.
No dia 20 de dezembro a gestante Geovania de Araújo retornou a policlínica para ser atendida pelo obstetra, porem, o médico não estava atendendo naquele dia. Segundo informações, o médico já estaria de recesso.
Segundo Carleon, neste mesmo dia o chefe de marcação Gutemberg Pellegrini entregou um pedaço de papel de óficio com anotações escritas de caneta dizendo que a cesariana para a retirada dos bebês estaria agendada para dia 27 de dezembro de 2018, no Hospital Frei Ricardo, em Itabela.
Na data de 27 de dezembro a gestante entrou em trabalho de parto em casa e foi levada para o Hospital Frei Ricardo. Chegando naquela unidade de saúde por volta das 8h, a funcionaria da recepção informou que não havia cirurgia marcada para aquela referida data, pois o médico cirurgião estava de recesso.
A equipe do hospital tentou regular a paciente para os hospitais de Porto Seguro e Eunápolis, por tratar-se de uma gestação de alto risco. As solicitações não obteve respostas.
Diante da demora a gestante evoluiu para o trabalho de parto normal, onde foi atendida pelo médico Dr. Camilo que só consegui expulsar um feto e o outro ficou retido.A gestante começou a apresentar sangramento intenso e a mesma precisava ser transferida com urgência para o Hospital Regional de Eunápolis ou Hospital de Base, em Porto Seguro.
Foi solicitado o apoio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192, porém, quando a equipe chegou não quiseram levar a gestante até Eunápolis alegando não ter suporte suficiente caso houvesse a necessidade do parto, algum tempo depois resolveram levar a mesma que chegando a Eunápolis aguardou na emergência por mais de uma hora para ser avaliada pelo obstetra de plantão,Dr Alexander Negreti Reis. O que agravou e muito, o estado de saúde da recém-nascida e da mãe.
Após a demora a paciente foi avaliada pelo médico que decidiu por realizar o parto normal da segunda gemelar. Não obtendo êxito a paciente foi submetia a uma cirurgia de cesariana para retirada da criança que veio a óbito três dias depois. Durante este período a criança permaneceu em uma UTI Neonatal, para procedimento de drenagem do sangue no cérebro, más não resitiu e veio a óbito.
O pai da criança Carleon Silva Soares conta com tristeza que foram muitas tentativas para realizar o parto, e que a mãe sofreu muito com a demora nos atendimentos, dois partos em locais deferentes, com intervalos de três horas entre um e outro, “o atendimento não foi adequado, não foi humanizado, porque a equipe, de alguma forma, não acolheu o que estava descritos nos exames", destacou.
Já com relação à morte da filha ele acredita que houve negligencia por parte do chefe de regulação da policlínica municipal e também por parte de alguns profissionais da saúde dos hospitais de Itabela e de Eunápolis. “Tivemos vários fatores de risco que envolveram essa situação desse desfecho negativo. Disse Carleon Silva Soares
"Não tenho dúvidas que se fosse tudo feito de acordo como estava programado nada disso teria acontecido. Eu quero que seja apurada a conduta de todos os envolvidos neste episódio que resultou com a morte da minha filha” concluiu.
A redação do Giro de Noticias tentou manter contado com o médico da unidade e não foi encontrado, a direção também não estava no hospital nesta segunda-feira (31/12) para comentar os fatos. A direção do Hospital de Eunápolis também não foi encontrada para que pudesse esclarecer sobre o caso.
Já com relação à mãe, Carleon disse que a esposa está muito traumatizada, sentido forte dores." Está debilitada, tendo insônia e chorando muito, ela precisa de acompanhamento de uma psicóloga", Finalizou.
Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Giro de Noticias. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios podem ser removidos sem prévia notificação.