O fato ocorreu na noite de quarta-feira, 17/01/2024, por volta das 19:30h, durante o parto da gravida, Gleiciane Jesus de Araújo, 24 anos, moradora da zona rural de Itabela. A gravida chegou ao hospital Frei Ricardo por volta das 11:46h, foi atendida pela médica Drª Lorena Cubai, por volta das 18:50h ouve evolução e ela entrou em trabalho de parto.
Segundo uma acompanhante que é irmã da mãe do bebê, Luciana Maria de Jesus Araújo, ouve complicações durante o parto, o bebê com 4,7 quilos, não conseguia passagem, com muita luta saiu parte da criança, ou seja, a cabeça, mas o ombro ficou seguro, foi nesse momento que começou um desespero, a enfermeira pedia constantemente para a mãe fazer forças, mas a mãe não estava conseguindo.
Após alguns minutos tentando retirar a criança e sem sucesso, chamaram a equipe medica que realizam as cirurgias no hospital, Dr. Carlos (anestesista) e Dr. Enilson (cirurgião), eles avaliaram a paciente e imediatamente ela foi levada para a emergência e feito um procedimento para retirar a criança que segundo a acompanhante que não teve acesso ao local neste momento, acredita que a criança já havia evoluída a óbito.
Segundo a irmã, a grávida teve uma gestação totalmente normal, sem qualquer complicação, foi feito todos os aconpahamentos e não teve nenhuma alteração durante os nove meses de gestação. Para ela, sua irmã não teria condições de ter um parto normal, ela precisava de uma cesariana.
Ainda segundo ela, acredita que a criança morreu ao ficar agarrado por alguns minutos com o pescoço preso, para ela essa foi a causa da morte. Outra dúvida da família, com oito meses de gestação a gravida fez uma ultrassonografia obstétrica que mostra que a criança estava com pouco mais de 2 quilos, em um mês a criança passou a pesar 4,7 quilos.
Sobre essa diferença no peso do bebê, segundo a irmã da gravida, uma enfermeira disse que a mãe estava com a glicose alterada e por essa razão ouve o crescimento excessivo do feto nos últimos trinta dias. A irmã contesta essa versão e diz que sua irmã não é pré-diabética e nunca constatou nenhuma alteração nos exames feitos deste o início até o final da gravidez.
Para um especialista ouvido pela reportagem, caso como esse existem em gestantes com diabetes mal controlada, uma grande quantidade de açúcar (glicose) atravessa a placenta (o órgão que proporciona nutrição ao feto), o que resulta em níveis elevados de glicose no sangue do feto. A presença de níveis de glicose elevados desencadeia um aumento da liberação do hormônio insulina pelo pâncreas do feto. O aumento do nível de insulina provoca uma aceleração do crescimento do feto e inclusive de quase todos os órgãos com exceção do cérebro, que cresce normalmente.
Mas para ele, esse não foi o caso desta gestante, Gleiciane Jesus de Araújo, "se não consta nos exames qualquer indícios dela ser diabética ou pré-diabética, esse crescimento do feto se deve a uma abundância de nutrientes juntamente com hormônios no feto que estimulam o crescimento e não glicose alterada como falou a enfermeira, pode també ter havido alteração na Ultrassonografia Obstétrica com dados diferentes.
A Ultrassonografia Obstétrica foi feita na clínica Itamed no 11/12/2023, constatando um peso estimado em 2,8 quilos. Uma outra Ultrassonografia Obstétrica já havia sido feita em 11/10/2023, constatando peso fetal estimado em 1,25 quilos.
Segundo Luciana Maria de Jesus Araújo, irmã da gravida, logo depois da notícia de que o filho estava morto a mãe entrou em profunda triste e não decidiu qual caminho seguir em relação a morte do filho. Luciana diz ainda, que todos os exames feitos durante a gravidez da irmã não apontavam nada de anormal.
A reportagem tentou contato com o pai e marido de Gleiciane Jesus de Araújo, mas o mesmo está com dificuldades para falar sobre o assunto. Tanto ele, quanto a mãe do bebê, estão totalmente abalados e com o ocorrido.
A reportagem não falou com médica Drª Lorena Cubai, mas falou com o diretor clínico do hospital, Dr Júlio Cesar, que não fez maiores comentários sobre o fato, mas se colocou a inteira disposição da família para esclarecer ou tirar dúvidas sobre ocorrido.
A família ainda não registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia, e corpo da criança não foi levado para a necropsia e foi sepultado nesta quinta-feira. O resultado da certidão de óbito aponta como causa morte, destorcia de ombro, macrossomia fetal.