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A diretora do Conjunto Penal de Eunápolis, Joneuma Silva Neres, afastada do cargo pelo Juiz de Direito, Otaviano Andrade de Souza Sobrinho, devido o resgate de 16 detentos da unidade prisional e com indícios de irregularidades graves na gestão, se manifestou dizendo que logo que assumiu a direção do presido fez muitas reivindicações de melhorias no sistema prisional, mas as reivindicações não foram tendidas,
A diretora afastada do Conjunto Penal de Eunápolis, após várias matérias publicadas na imprensa sobre o seu afastamento da direção, encaminhou a imprensa, documentos oficiais e prints extraídos do seu celular, mostrando as diversas cobranças, como construção de muro, aumento de efetivo policial e capacitação dos funcionários. As reivindicações foram endereçadas ao superintendente de Gestão Prisional, Luciano Teixeira Viana.
Ela afirmou que as reivindicações em caráter de urgência não foram atendidas. Ela disse ainda, que até a data de sua posse, cerca de 40 fugas já haviam ocorrido, desde o ano 2012, sendo o último resgate armado de dois líderes de uma facção dentre eles, o vulgo Gordura, esse resgate, também aconteceu com homens armados com fuzis em plena luz do dia, na frente dos monitores, no mês de dezembro de 2023. Outra fuga em massa, de 07 presos perigosos na frente de monitores, aconteceu no mês de fevereiro de 2022, através de um buraco feito no teto do presídio.
O mais grave aconteceu na unidade no mês de março de 2014, quando explodiu uma rebelião interna, deixando um saldo de seis mortos e vários feridos e destruição total. O fato ganhou repercussão nacional. A diretora afastada encaminhou para a imprensa vários documentos, provando que o superintendente não deu importância às suas insistentes cobranças na construção do muro na unidade.
Na decisão do juiz Otaviano Andrade de Souza Sobrinho que determinou o afastamento imediato da diretora, do diretor-adjunto e do coordenador de segurança do Conjunto Penal de Eunápolis, publicada na última quarta-feira (19/12/2024), aponta para a atuação de uma organização criminosa dentro do presídio, a facilitação da fuga por parte de alguns funcionários e a falta de medidas adequadas de segurança.
Na fundamentação da decisão, o juiz afirma que há indícios de que a fuga foi planejada e executada com o conhecimento da direção da unidade. A investigação revelou que o grupo de fugitivos era liderado por Ednaldo Pereira Souza, conhecido como “Dada”. Ele tinha livre acesso a áreas restritas do presídio e, segundo a apuração, organizava até a rotina dos demais detentos.
Outro ponto destacado na decisão judicial é a presença frequente de políticos como Uldorico Júnior (MDB) e Alberto Cley Santos Lima (PSD) no Conjunto Penal, sem justificativa plausível. A visita constante dos parlamentares levanta suspeitas de um possível esquema de corrupção dentro da unidade.
Desde 2021, o presídio registrou um total de 36 fugitivos, número que reforça as críticas à gestão e à segurança do local.
A última fuga foi marcada por violência e ousadia. Os detentos utilizaram armas de fogo, explosivos e ferramentas para abrir caminho, arrombando paredes e celas. Durante a ação, um cão da unidade prisional foi morto.
Com o afastamento da diretoria e coordenação de segurança, a expectativa é de que as investigações avancem e de que medidas sejam adotadas para evitar novos episódios de fuga e corrupção no sistema prisional.
A teixeirense Joneuma Silva Neres atuava como policial penal no Conjunto Penal de Teixeira de Freitas (CPTF), onde esteve lotada desde 2016, após concluir o curso de formação para Agente Penitenciário, em 2015. Em 2016, ela participou do Curso de Capacitação de Agentes Penitenciários, realizado pela CIPE-MA/PMBA. Além disso, participou do Curso de Rotinas e Procedimentos Penitenciários, em 2021.
