Indígenas de diversas etnias estão acampados e fazem protesto contra a condenação de uma mulher, também indígena, pela morte do menino Enzo Gabriel Oliveira dos Santos, de 4 anos, atropelado com uma caminhonete, em 2021, na cidade de Pau Brasil, no sul da Bahia.
Eles são contra a condenação de Tehiana Gomes de Freitas Pataxó. Na época, ela tinha 18 anos e não tinha habilitação para dirigir. No momento do crime, ela dirigia o veículo do namorado, Renato Santos Rocha, que também foi preso e condenado.
O caso aconteceu no dia 3 de junho de 2021 e o julgamento na quinta-feira (25/07/2024). A criança chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.
Os indígenas contestam a decisão da Justiça e acampam em uma área ao lado do Conjunto Penal de Itabuna, desde a última sexta-feira (29/07).
Eles são das etnias Pataxó Hãhãhãe, Pataxó e Imboré, das cidades de Camacan, Pau Brasil e Itaju do Colônia, e esperam indígenas de outros estados para reforçar o protesto.
"Quando ela [Tehiana] desceu na ladeira, foi para desviar e não cometer o acidente. O Renato citou que ele puxou a direção do veículo, no qual causou o outro acidente. O movimento que estamos fazendo é para que a Justiça faça essa correção", disse o cacique Flavio Tajano.
A defesa de Tehiana entrou com um recurso para que ela responda pelo crime de trânsito, e não por homicídio, pelo qual ela foi condenada. Tehiana Gomes de Freitas Pataxó foi condenada a 13 anos de reclusão em regime fechado;
Renato Santos Rocha foi condenado a 2 anos de detenção com regime de liberdade e 2 anos e oito meses de suspensão para dirigir.
Segundo a polícia, os dois ingeriram bebidas alcoólicas em um bar na zona rural de Pau Brasil, antes de Renato passar a direção da caminhonete para Tehiana.
Ainda segundo a polícia, a condutora do veículo perdeu o controle e invadiu a calçada, atropelando Enzo Gabriel, que estava ao lado da mãe. Ela e o namorado fugiram com o carro ainda ligado, pressionando o corpo da criança contra a parede de uma casa.