No sábado,08/03, por volta de meio dia tivemos nossa propriedade invadida por homens encapuzados e fortemente armados. Agrediram fisicamente nossos funcionários, que foram obrigados a permanecer deitados enquanto eram espancados.
Após esse terror os trabalhadores da fazenda foram colocados pra correr da propriedade com o recado de que, se meu pai procurasse a polícia iriam invadir a sede da fazenda Caprichosa, onde residimos, nos matariam e beberiam nosso sangue. (Essas foram as palavras usadas pelos margineis). A fazenda invadida se chama Fazenda Monte Alto.
Meu pai, Dijalma Galão, já está há 40 anos na Bahia, produzindo café e gado de corte, gerando emprego e renda, inclusive para indígenas. Nunca tinha passado por um situação semelhante.
No domingo,09/03, conseguimos apoio da CAEMA, na retirada do gado. Porém eles já haviam dado fim a duas vacas. Encontramos o local onde foram mortas e arrastadas para a mata, por uma das caminhonetes que estavam no local.
Na segunda-feira, 10/03, as vítimas foram ouvidas na delegacia do Prado e encaminhadas para fazer o exame de lesão corporal no IML de em Itamaraju. Os trabalhadores além das agressões tiveram seus pertences roubados.
Os funcionários além dos prejuízos pessoais estão com um trauma emocional e com certeza ficará para sempre. Agora enfrentamos a dificuldade em manter os funcionários. Todos com medo, não aparecem pra trabalhar.
O fazendeiro e dono da propriedade, Dijalma Galão, disse que existem evidências que os invasores não sejam indígenas, pois, conforme teria relatado, eles não apresentariam características da etnia.
Outros produtores afirmam que há necessidade de atuação de órgãos como a Funai e a Polícia Federal, pois afirmam que há criminosos infiltrados nos movimentos de invasão a propriedades e não somente indígenas.
O casso já foi registrado na polícia e será encaminhado à justiça com pedido e reintegração de posse. Enquanto isso, os donos da fazenda se arranjam como pode para agasalhar seus animais e bens da propriedade para evitar prejuízo ainda maiores.