Lula demite Jean Paul Prates da presidência da Petrobras após gestão desastrosa e marcada por atritos entre ministros.

Giro de Noticias - 15/05/2024 - 07:33


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu nesta terça-feira (14/05) o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Debates em torno de sua saída vinham sendo constantes. Com a demissão de Prates, Lula deve nomear Magda Chambriard, que foi diretora geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff.

A provável causa se deve à demora de entrega de promessas por Prates e à cobrança por maior velocidade na execução dos projetos anunciados pela empresa, principalmente, em relação à encomenda de navios aos estaleiros brasileiros.

A demissão foi anunciada nesta terça numa reunião no Palácio do Planalto em que estavam, além de Prates, os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa. A indicação de Magda Chambriard é de Rui Costa.

A saída do presidente da estatal acontece um dia após a divulgação do balanço da companhia, que fechou o primeiro trimestre de 2024 com lucro líquido de R$ 23,7 bilhões, 37,9% a menos do que há um ano, e 23,7% inferior ao registrado no trimestre imediatamente anterior.

Após a divulgação na troca de comando da estatal, os American Depositary Receipts (ADR) da Petrobras inverteram o sinal para queda, no after hours da Bolsa de Nova York (Nyse). Elas fecharam em queda de 7,59%. Nesta terça, no Ibovespa, as ações da Petrobras caíram 2,74% (ON) e 1,80% (PN), tomando da empresa R$ 13,2 bilhões em valor de mercado.

Gestão marcada por atritos

A gestão de Prates à frente da Petrobras foi marcada por atritos com Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia. Os dois trocaram farpas públicas por diversas vezes em relação aos rumos da empresa, que é subordinada ao Ministério de Minas e Energia. Nas últimas semanas, enfrentou um processo de “fritura” em meio ao impasse sobre a distribuição dos dividendos extraordinários da Petrobras.

Desde o início do governo, houve embates entre os dois pelos espaços de poder na companhia. Na divisão acertada no governo, Silveira ficou mais responsável pelos nomes do conselho de administração, e Prates, com a direção executiva, que toca o dia a dia da companhia.

No início de março, a crise se agravou com a decisão da Petrobras de reter dividendos extraordinários, o que levou a companhia a perder R$ 56 bilhões de valor de mercado em um único dia.

Dividendos extraordinários

No dia 25 de abril, os acionistas da Petrobras aprovaram a proposta do governo de pagamento de 50% dos dividendos extraordinários retidos no início de março. Isso significa metade dos R$ 43,9 bilhões, o que corresponde a R$ 21,9 bilhões. Além disso, foi aprovada a avaliação do pagamento da metade restante desse montante da reserva ao longo de 2024, com decisão a ser tomada até 31 de dezembro. As ações da empresa subiram 1,11% no início desta tarde.

A proposta aprovada em assembleia delega à administração da Petrobras a decisão sobre o formato de pagamento, por meio de dividendos ou por juros sobre capital próprio, a que melhor se adeque ao interesse tributário da companhia.

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