Indígena que denunciou acusados de estupro coletivo de sua nora e morte do filho, foi morto na noite desta sex-feira (13/09), na Aldeia Boca da Mata. Cinco indivíduos sendo uma mulher invadiram a casa e executaram a vítima na frente das filhas.

Giro de Noticias - 14/09/2024 - 11:39


Renilton Pinheiro da Silva, índio da Aldeia Boca da Mata, no entorno do Parque Nacional Monte Pascoal, não estava se sentindo bem de saúde e estava deitado e as três filhas e a esposa dele, estavam pelo lado de fora da casa. Por volta das 18:40h, de sexta-feira 13/09, o grupo de 5 pessoas, sendo um desses do sexo feminino, chegaram armados a casa da família e já foram adentrando na casa, uma das filhas tentou impedir mais foi empurrada e ameaçada de morte.

A vítima não teve tempo de se levantar da cama, eles já chegaram atirando contra, Renilton Pinheiro da Silva, após ferido ele ainda foi arrastado para fora da cama e os bandidos efetuaram mais tiros. Um dos braços da vítima parece ter sido quebrado pelos marginais.  

Logo que executaram a vítima, a mulher que estava sob o comando de tudo, uma índia de aldeias da região, ordenou ao seu capacho acabassem com o restante da família, mas ele respondeu que a munição teria a acabado e saíram correndo.

Alguém que estava próximo da estrada viu eles entrando em um gol quadrado de cor verde e seguindo sentido ao povoado e São Geraldo. A polícia foi acionada e chegando ao local foi feito os procedimentos de praxes e a remoção do corpo para o IML- Instituto Médico Legal de Eunápolis.

Renilton Pinheiro da Silva, 52 anos, é nascido e criado na aldeia boca da mata  é da etnia pataxó, que fica no entorno do Parque Nacional Monte Pascoal, no sul da Bahia.

Tão logo ao ocorrido, o delegado dirigente da 23ª Coorpin/Eunápolis, Wendel Ferreira designou policiais civis com apoio de militares para a região.

Durante uma entrevista ao Giro de Notícias, no dia 13 de setembro de 2023, Renilton Pinheiro da Silva, contou que tudo começou quando ele se recusou a participar de ocupaçôes  de terras na região, a decisão teve um certo desconforto com alguma lideranças.  

Em 16/01/2022, a nora dele sofreu um estupro coletivo que segundo ele seria uma forma de represália por ele não ter participado do moeviemnto de retomada como eles chamam. O estupro foi denunciado na delegacia de polícia civil de Eunápolis e na delegacia da mulher em Porto seguro na época.

Renilton e seu filho, Carlone Gonçalves da Silva, 26 anos, começaram a investigar o caso e descobriram quem havia participado e ordenado o estupro a sua nora. Pelo menos 6 elementos participaram do ato.

Diante disso, as ameaças que já vinham ocorrendo aumentaram e no dia, 21 de setembro de 2022. Carlone Gonçalves da Silva, foi morto por um grupo de indígenas e teve o corpo ocultado.

Iniciava ali uma nova luta de Renilton para encontrar o corpo de seu filho Carlone Gonçalves da Silva. O corpo foi encontrado por um grupo de pessoas que faziam coletas de sementes de arvoes nativas para plantio na região, na quinta-feira 13 de outubro de 2022, ou seja, 22 dias depois do desaparecimento.

O corpo do filho de Renilton Pinheiro da Silva, foi descartado após a morte, próximo de uma propriedade rural para parecer que o jovem havia sido morto por pistoleiros, com intuito de incriminar donos de fazendo vizinhas que resistia as ocupações na época.

Renilton contou, por se tratar que a região vive um conflito agrário, indígenas chegaram a dizer que a morte de, Carlone Gonçalves da Silva, tinha relação com as invasões de terras e que ele teria sido morto por pistoleiros de fazendeiros.

As acusações foram desmentidas pelo próprio pai da vítima, que chegou a denunciar os acusados para a polícia e mostrou nomes dos acusados, por questão da investigação em curso os nomes não foram expostos na matéria.

Renilton descobriu os assassinos de seu filho, segundo ele, eram todos índios da aldeia Cassiana. Ele denunciou a morte de seu filho e deu os nomes dos acusados para a polícia, as ameaças só aumentaram, ao ponto de Renilton ser executado de forma brutal dentro de sua casa. Os inquéritos correm na 23ª Coorpin/Eunápolis

Vejam a seguir a entrevista

Na segunda-feira, 13 de setembro de 2023, a reportagem do Giro de Notícias foi procurada pelo indígena, para denunciar os ocorridos dentro das aldeias Boca da Mata e Cassiana, ele estava na companhia de sua nora que foi estuprada dentro de uma aldeia e os acusados continuam soltos.

Sobre o assassinato de seu filho, Renilton Pinheiro, fez questão de dar detalhes do fato desde que seu filho saiu de sua casa para ir a uma mercearia e não voltou mais.

De acordo com Renilton, seu filho, Carlone Gonçalves da Silva,26 anos, desapareceu no dia 21 de setembro, quando saiu com um amigo para ir na mercearia comprar carne e ao voltar ele foi seguido por homens de motos que pegaram ele e levaram para uma estrada de terra no meio da mata na Aldeia Cassiana e executaram a vítima.

Ele contou ainda, que desde a data do desaparecimento, familiares e amigos passaram a procurar Carlone, o desaparecimento chegou a ser registrado na delegacia de polícia civil de Arraial D’ajuda.

Ele também na época reclamou do Cacique da Aldeia Boca da Mata, Renato Farias do Nascimento, por omissão dos fatos, segundo Renilton, no dia em que o corpo de seu filho foi encontrado, as pessoas que acharam foram até Renato e contaram o que tinha visto, “ele disse que ficassem quietos e deixem isso prá-la, foi ai que o pai da vítima ficou ainda mais revoltado e passou desconfiar do Cacique”.

Em relação ao estupro coletivo contra sua nora, tanto ele quanto a vítima contou a reportagem que conhecia os acusados e que eles continuam na região das aldeias. O estupro ocorrido em 16/01/2022, foi denunciado na data na delegacia de polícia civil de Eunápolis e na delegacia da mulher em Porto Seguro, mas até a presente em 13 de setembro de 2023, os acusados continuam soltos.

A vítima do estupro chegou a fazer exame de corpo delito a pedido da polícia e segundo ela, o exame foi entregue nas delegacias pelo próprio Instituto Médico Legal. Em contato com a polícia, a reportagem foi informada que as investigações estavam em curso e não poderia divulgar para não atrapalhar as investigações.

Renilton ainda contou que desde que começou as ocupações de terras na região, a criminalidade também aumentou, são furtos, roubos e mortes, coisas que não vinha acontecendo na região com tanta frequência.  

Ele ainda disse, que depois das ocupações das terras na região a vida deles piorou e muito. O índio também classificou as invasões que eles chamam de retomadas em terras de produtores de absurdas e contou também que tem muita gente desconhecidas se intrometendo nas aldeias.

Renilton Pinheiro da Silva, ainda disse a reportagem, que temia pela sua vida e queria muito a conclusão do inquérito o mais rápido possível e clamou por justiça. Ele disse na época que estava muito estar preocupado que os acusados fugissem para longe e voltou a dizer que passou ser ameaçado de morte.

Para a família não hesitem dúvidas, a morte de Renilton, está relacionada as denúncias feitas por ele sobre o estupro coletivo e a morte de seus filho. O indígena também foi contestado dentro da aldeia por não querer fazer parte das invasões de terras da região, ele sempre foi contra.

No dia em completa um ano que Renilton Pinheiro da Silva, concedeu a entrevista ao Giro de Notícias, 13 de setembro de 2023 ele acabou morto. Ele procurou a reportagem do Giro de Notícias para denunciar os ocorridos dentro das aldeias Boca da Mata e Cassiana, ele estava na companhia na data de sua nora que foi estuprada dentro de uma aldeia e os acusados até a data continuam soltos.

A morte de Renilton Pinheiro da Silva, está sob investigação da 23ª Coorpin/Eunápolis. Segundo as informações, o corpo já foi liberado e seque para Aldeia Barra Velha aonde será velado e sepultado

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COMENTÁRIOS

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A polícia tem que investigar isso direito tem dois q participou do assassinato desse coroa aí q é de Boca da mata


Triste