A manifestação pública do senador Jaques Wagner de ser contrário à Medida Provisória que aumenta o capital da Eletrobras tem causado surpresa no meio político baiano. Presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado, o petista baiano aparece em um card divulgado pela bancada do PT indicando “resistência” à MP.
O texto prevê a destinação de até R$ 3 bilhões para a revitalização do rio São Francisco e a posição de Wagner sobre essa concessão é desconhecida.
Partidos de oposição, a exemplo do PT, têm reiterado o tratamento que a MP significa a privatização da Eletrobras - algo que não coincide com o conteúdo da proposta legislativa. Conhecedores do texto apontam que a cláusula de golden share, somada ao controle de 45% das ações pela União, difere da privatização no modelo antigo, quando a empresa estatal é integralmente repassada à iniciativa privada. A cláusula de golden share garante o poder de veto ao governo para qualquer decisão que possa prejudicar o consumidor.
Wagner é pré-candidato do PT ao governo da Bahia e, em caso de eleição, acompanharia o investimento anual de R$ 350 milhões na recuperação da bacia do São Francisco, exigido da empresa resultante do aumento de capital da Eletrobras. Por essa razão, o círculo político estadual tem enxergado a posição contraditória até mesmo com a posição de defesa do rio