Nesta quarta-feira, 06 de novembro de 2024, a Policia Civil através das equipes da DT TRANCOSO e DEIC/DELTUR, logrou êxito em dar cumprimento ao mandado de prisão preventivo na Aldeia Velha de Arraial D’Ajuda/Porto Seguro, em face de Lígia dos Santos Conceição, 22 anos, apontada como um dos autores do homicídio do indígena Renilton Pinheiro da Silva, 52 anos, assassinado brutalmente na frente de seus familiares em 13 de setembro de 2024, na Aldeia Boca da Mata, interior de Porto Seguro
A vítima, Renilton Pinheiro, foi morta a tiros dentro de sua casa. As investigações apontam que Lígia, estava acompanhada de quatro homens armados, sendo um deles identificado como Edineilson Sirino Pesca, vulgo "Caqui", ainda foragido, mas já com mandado de prisão expedido.
Durante a prisão de Lígia, a mesma estava acompanhada de seu companheiro Leonardo Conceição Santos, 26 anos, o qual atentou contra a vida dos policias civis com uma arma branca, sendo necessário uso moderado de força, tendo sido o mesmo atingido no braço por disparos de arma de fogo, e posteriormente socorrido ao hospital da cidade.
O mandado de prisão de Lígia dos Santos Conceição foi devidamente cumprido e será comunicado ao Poder Judiciário, já Leonardo Conceição dos Santos , foi autuado em flagrante, por tentativa de homicídio contra os agentes.
Ligia dos Santos Gonsalves, que também é indígena da Aldeia Meio da Mata, era companheira de um indivíduo conhecido por Rodrigão que foi morto em confronto com policiais, em 7 de julho de 2021, durante uma ação da polícia para prede-lo, na região do Parque Nacional Monte Pascoal.
Ainda de acordo com informações, ela e seu saudoso marido, praticaram outros crimes dentro de aldeias. Após a morte de seu companheiro, ela passou a comandar crimes na região.
No dia do assassinato de Renilton, de acordo com as informações, o grupo chegou na casa da vítima e entraram para dentro da residência e efetuaram vários disparos contra a vítima que se encontrava deitado por motivos de saude. As filhas que estavam pelo lado de fora tentaram impedir, mas também foram ameaçadas de morte.
O grupo chegou a pé ao local e fugiram sentido a BR-101, uma testemunha viu eles entrando em um carro gol quadrado de cor verde. Ainda segundo as testemunhas eles seguiram sentido ao povoado de São Gerado.
Ligia dos Santos Gonsalves, que comandava o grupo no dia do crime, foi reconhecida por uma testemunha. Ela chegou dar rodem pra os comparsas matarem os demais familiares presentes, mas um deles respondeu que não tinha mais munição.
Logo após o ocorrido a família entrou em contato com o delegado dirigente da 23ª Coorpin/Eunápolis, Wendel Ferreira, que designou guarnições para a região.
Ainda de acordo com moradores da região, Renilton Pinheiro da Silva, foi morto devido ter denunciado os acusados na morte de seu filho, Carleone Gonçalves da Silva, de 26 anos, ocorrida em 21 de setembro de 2022.
Carleone Gonçalves da Silva, foi morto e teve seu copo ocultado perto de uma propriedade rural e foi encontrado por um grupo de pessoas que faziam coletas de sementes de arvoes nativas para plantio na região, na quinta-feira 13 de outubro de 2022, ou seja, 22 dias depois do desaparecimento.
Renilton Pinheiro da Silva, descobriu dias após, os assassinos de seu filho e denunciou os agressores, desde então, ele passou a ser ameaçado de morte.
Além da denúncia da morte do seu filho, Renilton também denunciou um estrupo coletivo contra sua nora e mulher de Carlone, cometido por seis indivíduos das aldeias da região. Na época, Reniltom confirmou a polícia, que os acusados do estupro e da morte de seu filho eram indígenas das aldeias vizinhas. Os nomes dos acusados constam em inquérito policial.
Na segunda-feira, 13 de setembro de 2023, o indígena, Renilton Pinheiro, concedeu uma intervista ao Site Giro de Notícias relatando os fatos corridos nas aldeias Boca da Mata e Cassiana. Na data ele estava na companhia de sua nora que foi estuprada dentro de uma aldeia e os acusados continuam soltos.
Desde a data do brutal ao assassinato, o pai da vítima, começou por conta própria a fazer uma investigação de quem teria matado seu filho e descobriu que seu filho foi morto por um grupo de pelo menos 6 pessoas indígenas e moradores nas próprias aldeias.
Renilton conta ainda, por se tratar que a região que vive um conflito agrário, indígenas chegaram a dizer que a morte de, Carlone Gonçalves da Silva, tinha relação com as invasões de terras e que ele teria sido morto por pistoleiros de fazendeiros.
As acusações foram desmentidas por Renilton, que chegou a denunciar os acusados para a polícia e mostrou nomes dos acusados, por questão da investigação em curso não foram expostos na matéria.
Em relação ao estupro coletivo contra sua nora, tanto ele quanto a vítima contou a reportagem que conhecia os acusados e que eles continuam na região das aldeias. O estupro ocorrido em 16/01/2022, foi denunciado na data na delegacia de polícia civil de Eunápolis e na delegacia da mulher em Porto Seguro, mas até a presente data, em 13 de setembro de 2023, os acusados continuavam soltos.
Renilton Pinheiro da Silva, contou a reportagem na época que via sofrendo ameaças e que temia pela sua vida e queria muito a conclusão do inquérito o mais rápido possível.
Para amigos e familiares, a morte de Renilton Pinheiro, está relacionada as denúncias feitas por ele sobre o estupro coletivo de sua nora e a morte de seu filho.