A obra da Ponte Salvador-Itaparica, prevista para começar no início de junho deste ano e terminar em 2031, vai gerar impactos ambientais, econômicos e sociais nas comunidades margeadas pela Baía de Todos-os-Santos. É o que aponta um estudo realizado pelo Cibergrupo Kirimurê, coletivo que atua na preservação da baía há mais de uma década, e entregue ao Ministério Público Federal (MPF).
O grupo pede que o órgão público instaure um inquérito civil, além de ação civil pública, para impugnar o contrato de construção da ponte feito pelo Governo do Estado. Na representação ao MPF, o grupo também afirmou que é urgente uma investigação sobre o projeto.
O estudo destaca sete impactos que serão causados pela obra que está sendo realizada em uma parceria público-privada (PPP) por um consórcio formado por três empresas chinesas.
Meio Ambiente
O documento aponta, entre os impactos ambientais a destruição de manguezais e formação de coralinas, uma formação geológica de algas marinhas, com a construção dos 102 pilares da ponte.
Além disso, o levantamento prevê danos à fauna e flora marinha com a dragagem constante para permitir o acesso de navios ao Porto de Salvador.
Navegação
Outro ponto em destaque é a implicação na logística da região. Com o vão central de apenas 450 metros e altura livre de 80 metros, a ponte, de acordo com o estudo, pode inviabilizar a passagem de grandes navios e plataformas offshore, gerando gargalos logísticos, com consequentes prejuízos à economia regional.