A morte de Raiane Bispo Santana, 30 anos, ocorrida na última segunda-feira (18/08/2025), em Caraíva, distrito de Porto Seguro, divulgado a princípio como bala perdida tomou um novo rumo, após as apurações do caso pela polícia civil.
O crime inicialmente tratado como uma tragédia acidental está sendo investigado como homicídio qualificado. As investigações da Polícia Civil revelaram que Raiane foi alvo de uma execução planejada, em meio a uma disputa entre facções criminosas pelo controle do tráfico de drogas na região.
O crime que ocorreu na comunidade de Nova Caraíva, próximo ao restaurante “Império", após a perícia no local foi identificado múltiplos disparos, marcas em paredes, janelas e cercas, além de evidências de tiro a curta distância, o que desmonta a hipótese inicial de disparo acidental.
Testemunhas relataram que Raiane teria sido perseguida por Alisson Jesus Magno, identificado como integrante de facção criminosa e atualmente foragido. Ele teria utilizado uma espingarda calibre 12 durante a ação.
Segundo apurações, o grupo criminoso ADM/CV, atuante em Caraíva, não estaria satisfeito com a vítima por uma suposta colaboração dela com rivais da comunidade de Itaporanga, que recentemente assumiram parte do comércio de drogas em Nova Caraíva.
Durante a noite do crime, membros da facção teriam atravessado o rio a pé até o local, surpreendendo Raiane em sua residência.
Raiane morava em Caraíva há menos de um ano e trabalhava como garsonete, ela era mãe de três crianças que estavam aos cuidados da avó em Itabela.
Ainda segundo familiares, a vítima não possuía envolvimento com o crime. Segundo os parentes, ela mantinha bom comportamento social e não consumia drogas.
O caso foi registrado na 2ª Delegacia Territorial de Porto Seguro/Arraial d’Ajuda. A polícia instaurou inquérito, expediu guias periciais e segue em diligências para localizar o autor e possíveis comparsas.
A morte de Raiane, antes entendida como uma fatalidade, agora é tratada como execução em meio à guerra do tráfico que avança sobre Caraíva.